sexta-feira, 27 de abril de 2012

Mendoza - Vinícolas

Como disse antes, o foco da viagem foram as vinícolas.


Em todas pedimos um atendimento 'diferenciado' porque a visita turistica comum não era a opção mais interessante ao grupo composto por 4 sommeliers e uma aprendiz - eu rs! - e a ideia era aprofundar os conhecimentos, saber o que cada bodega fazia de diferente, as particularidades, razões para adotar determinados procedimentos, etc.

A maioria dos estabelecimentos foram bem receptivos a esse pedido, sobretudo se pensarmos que era semana santa e a cidade estava repleta de turistas ávidos por degustações rs. 

O que eu percebi foi que as grandes vinícolas de Mendoza tendem a ser faraônicas, grandiosas, possuem produções e faturamentos com cifras em milhões de litros e dólares! A maioria dos donos dessas bodegas são empresários afortunados de distintas áreas, por trás de muitos empreendimentos estão donos de bancos, o proprietário dos produtos de cristais Swarovski, do grupo Lays, etc.

O que seria um prato cheio para apresentações sem graça, sem paixão e puramente voltada ao lado comercial e lucrativo, abre espaço para boas surpresas e algumas vinícolas ainda mostram respeito a terra e as suas tradições.

Toda vinícola tem diferentes preços e tipos de degustações, depende qual linha de vinhos é servida, se é a básica, reserva ou grand reserva, se tem incluida alguma comida, como tabuas de queijos por exemplo. 
A visita básica não quer dizer que seja ruim, muitas bodegas tem ótimos vinhos em todas as linhas e todas querem que o visitante saia satisfeito e com uma boa imagem. Cabe ao visitante então escolher a visita que melhor se encaixa a seu perfil.

Ah, muito melhor vocês escolherem as vinícolas a visitar, não caiam na furada que eu cai quando fui a primeira vez a Mendoza e comprei um passeio no hostel de " visita a 2 bodegas, uma familiar e outra industrial, e uma fábrica de azeite ". Há vinícolas muitooo mais interessantes - em todos os sentidos - que essas que eles oferecem nesse passeio!

Pois bem, sempre separando por região vitivinícola de Mendoza, no nosso primeiro dia de visitas fomos a Trapiche e Navarro Correas.

A visita a Trapiche foi sensacional, a pessoa responsável por nos acompanhar tinha muito conhecimento sobre a vinicola e tudo o que se produzia aí, era simpático e entusiasmado.


Essa visita me surpreendeu bastante porque a idéia que tinha da vinicola não era a mais positiva, só conhecia os vinhos da linha mais básica e mais barata e inconscientemente associava toda a bodega a isso. #bobinha

Definitivamente começamos com o pé direito, nossa degustação foi com vinhos da linha premium Gran Medalla (chardonnay 2009, malbec 2008, cabernet sauvignon 2008), Trapiche Orgullo 2005 (70% cabernet sauvignon e 30% malbec) e o vinho de postre Profuso, esse último trouxe uma garrafa pra casa!

Tem promoções tentadoras de vinhos finos, tipo leve 3 e pague 2! 

A estrutura física da vinícola é impressionante, a qualidade dos vinhos excelente, é uma visita que recomendo muito.

O outro dia de visitas já contei aqui que não pude ir, mas o pessoal visitou o Clos de los Siete, Andeluna e Salentein
O Clos de los Siete disseram que dá para passar um dia inteiro! A Andeluna foi mais que recomendada.

O dia seguinte fomos a Norton, Chandon e Septima.

Na Norton fizemos a visita mais o programa "Enólogos por um dia" que consiste em 'criar' um vinho, é muito divertido! Custa 80 pesos argentinos por pessoa.

Eles entregam 3 garrafas de vinhos - malbec, merlot e syrah - e vários materiais para medir e armazenar o vinho, além de etiquetas e lápis coloridos para você criar sua marca: uma farra só! Cada pessoa ou dupla 'mistura' tudo e no final um funcionário da bodega escolhe o 'melhor vinho'.

O primeiro fizemos com 70% de malbec, 25% de merlot e 5% de syrah. O segundo fizemos com 10% de syrah, 50% de malbec e 40% de merlot. Ganhou o primeiro! :P

O rapaz avaliando nossa arte rs!


A Septima foi a que escolhemos para almoçar, algumas vinícolas oferecem restaurantes pomposos com menus de 4 ou 5 passos harmonizados com seus vinhos e a maravilhosa paisagem das montanhas como plano de fundo: uma tarde mais que agradável para guardar na memória! 


A Septima, Ruca Malen e Andeluna são muito recomendadas para almoço. Eu acho outro passeio imperdível em Mendoza, todo mundo merece um dia assim na vida rs!

O menu que escolhi foi tabua de queijos de entrada, depois um mix de folhas verdes com langostinos - camarões grandes - empanados com coco, como era semana santa o prato principal foi trucha - peixe - a maneira do chef e a sobremesa crumble de maçã: delicia! 



O menu é bem variado, tem carne, peixe e massas e custa 200 pesos argentinos por pessoa.

O última dia fomos a Ruca Malen e queriamos ir a Nieto Senetiner, masss perdemos o horário agendado, o último do dia e não nos atenderam nem nos deixaram entrar para dar uma olhadinha rápida.
No geral as vinícolas são bem restritas com os horários, algumas tem tolerância de 5 min e outras até 15 min. 

A Ruca Malen foi uma das minhas preferidas, gostei muito do lugar, do atendimento - a menina que atendia era uma querida, dos vinhos e morri de vontade de ficar para o almoço! 

                                                       Tão lindo que parece um quadro!

Foi o único lugar que vi o cardápio em português, mas esqueci de perguntar em todas se faziam visita guiada em nosso idioma. As visitas que vi eram sempre em inglês ou espanhol.

Basicamente foi essa a experiência com as vinícolas, não cheguei a comentar de todas, nem detalhes dos vinhos das degustações, mas quem quiser saber mais pode perguntar! E ótimas visitas aos interessados! ;)

2 comentários:

  1. O que eu mais curti aqui foi a dica de evitar o passeio comum de turistas... acho que isso deveria se aplicar em todas as viagens de quem quer ver coisas interessantes. Vou tomar um vinho pensando nisso... ;)
    bjos

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    1. É, essa viagem na verdade foi bem diferente das viagens que costumo fazer, eramos 5 pessoas e fomos de excursão que era a opção mais barata na semana santa e os outros companheiros tinham mais esse estilo 'convencional', curtimos muito, Mendoza é especial, mas eu e meu namorado gostamos mesmo é de viajar 'desempacotados', livres, com menos 'compromissos turísticos' na agenda e com tempo para sentir o lugar, ver a vida passar...

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