terça-feira, 8 de abril de 2014

O que não dizer a uma mulher grávida

Daí a gravidez vai ficando evidente e de repente todo mundo quer saber como é, como não é, se vem um menininho ou uma menininha, e nessas conversas volta e meia surgem várias gafes.

Vou te dizer que é preciso paciência, mas muita paciência, pois as pessoas facilmente perdem o filtro e a noção diante de uma barriguinha saliente.

Se os estranhos nas ruas já se sentem a vontade para indagar, imaginem os amigos e familiares. 

Entendo que a maioria não faz por mal, muita coisa sai de forma natural mesmo, ainda assim é chato e eu vou melhorando minha atuação cara de abuso, fazendo de conta que não ouvi a alfinetada rs.

Nesses 4 meses já consegui identificar alguns comentários desnecessários e achei que seria útil compartilhar, vai que você - pessoa fina, elegante e sincera - está com alguma buchudinha no seu grupo de amigos, colegas de trabalho ou família, né? 

Aí vão algumas coisas que você pode considerar não falar, garanto que a futura mamãe agradecerá.

- Você está MUITO magra/gorda!

Gente, nenhuma mulher gosta de ouvir críticas sobre o peso assim tão na lata. Ainda mais grávida!

Tenho ficado p. da vida com as pessoas reclamando que eu estou muito magra, insinuando inclusive que eu estaria muito preocupada em não engordar na gravidez, fazendo dieta e era perigoso. 

Nunca fui gordinha, também nunca me preocupei em ficar com o corpo da moda, não seria agora que ia bancar a gata fitness irresponsável e comprometer a saúde do meu filho(a). 

A primeira coisa que fiz foi procurar saber como melhorar a alimentação para ajudar no desenvolvimento do bebê e passei a comer mais coisas verdes tipo ervilha, brócolis e lentilha, leite e cítricos todos os dias

Simplesmente não engordei porque não engordei e quem me conhece sabe que nunca fiz cara feia para comida.

Minha médica não vê nenhum problema no meu peso, estou saudável e essa história de comer por 2 é puro mito (que eu faço uso quando quero comer mais do que todo mundo e ainda pagar de simpática rs). 

- Que nome feio / esquisito / diferente

- Own já pensaram em nomes? 
- Sim, Adalberto ou Francislene! 
- Vixe, que estranho...

Acontece muito, juro. Eu já paguei esse mico, disse uma vez sem pensar, no alto do poder e falta de vergonha conferidos pela intimidade, que o nome que a mulher de um primo escolheu para a filhinha deles parecia nome de cachorro vira-lata. Vergonha total quando lembro disso.

Mas eu precisava convencê-los que Kemilly era horrível e precisava de um argumento forte. Agora por que raios eu tinha que me meter, que pretensão era essa? Por sorte eles caíram na risada e escolheram esse nome, não teve jeito. E eu sempre vou ficar sem graça da minha tentativa de dissuadir o casal, não vai ter jeito também rs.

Hoje entendo que por mais absurdo que pareça o nome sempre faz sentido na cabeça dos pais, é realmente uma escolha pensada com muito carinho e se o casal chegou a determinada decisão é porque eles gostaram. E são eles que têm que gostar, ponto.

Aqui em casa temos a diferença cultural e de idioma, o nome escolhido tem que ter pronúncia fácil em português e espanhol, aí já eliminamos qualquer nome que comece com J ou R, ou termine em L.

Depois tem esse lance do bonito e feio pra cada um, contexto cultural e aqueles contos urbanos. 

Por exemplo, Pamela não seria uma opção minha, mas foi um dos primeiros nomes descartados pelo pai, tem uma musiquinha de duplo sentido envolvendo o nome e é garantia de bullying. Também não curto muito alguns nomes populares aqui, eles adoram Catalina e Josefina (em espanhol falam 'Rosefina', pelamor) e obvio que ele não curte alguns nomes populares brasileiros

Deu um trabalhão rs, mas já escolhemos algumas opções para menino/menina e já vi cara de bufa quando conto t-o-d-a empolgada o que temos em mente. Você não precisa mentir e dizer que o nome é lindo, mas não precisa ser deselegante.

- Eu não ia querer parir longe da minha família, sozinha, num país diferente!

Ai como fico louca da periquita quando dizem isso! Eu escolhi essa vida e tô bem, obrigada! 

Casa é um conceito bem subjetivo e plural, aqui também é meu lugar, é minha casa. 

E família, bem, já somos uma família de dois, logo mais seremos de três. Essa criança tem pai, tem avós, tios, primos, definitivamente não estou sozinha nesse barco.

É claro que eu iria amar poder ter meus pais e familiares por perto e dividir com eles todos os detalhes dessa fase, eles acompanham tudo graças as facilidades da tecnologia, nunca será a mesma coisa, mas é a consequência de uma escolha que fiz e lidamos com isso sem maiores dramas. 

- Ele/ela vai falar português, né?

Nosso anjo ainda nem fala e já tem gente dando pitaco - e fazendo cobranças - sobre a língua a ser balbuciada nas primeiras palavrinhas!

Criar filhos bilíngues é o sonho de toda mãe expatriada, não sou diferente, mas vejo que nem sempre é uma tarefa muito fácil. Aqui tenho amigas brasileiras que tentam, tentam e a criança resiste. Entende tudo que dizemos, mas só responde em espanhol.

Confesso que ainda não dei muita bola ao tema, preciso ler muito mais a respeito, pegar a didática da coisa. É óbvio que quero ele/ela falando os dois idiomas, mas não é hora de me preocupar com isso.

- Eu trabalhei até o dia de parir!

Alô, alô super fêmea! Segure a onda!

Cada gravidez é um mundo, cada uma sabe aonde o calo aperta. Trabalhar durante todo o período ou não trabalhar nada, não faz de ninguém mais mulher.

Chegamos da Irlanda numa sexta-feira a noite e na segunda-feira eu já tinha entrevista. A confirmação que a vaga era minha aconteceu apenas uma semana após desembarcar. Ainda não tinhamos apartamento, nossas roupas estavam em malas e estavamos meio tontos com as emoções da volta.

Aí veio a confirmação da gravidez, um mundo novo se abrindo e várias idas e vindas a médicos. Dá-lhe mais emoção.

Achei que era o momento de dar o pontapé inicial a um projeto de negócio. E nesse caldeirão passei os três primeiros meses.

O plano inicial era chegar, passar uns 20 dias, matar as saudades e correr para a Bahia, curtir uns 20 dias lá e voltar com toda energia para tocar a vida. Como trabalho não tá caindo do céu, mudei os planos e consegui só 5 dias de férias no trabalho novo. 

Tinha mais de um ano sem visitar a família, não fazia muito sentido ficar 5 dias, pagar 600 dólares de passagem, mas pensava que conseguir outra oportunidade - e grávida - seria complicado. 

Chegou uma hora que surtei, cansei de fazer mil coisas ao mesmo tempo. Cansei de ir visitar apartamento para alugar no intervalo do almoço, de ir fazer exame antes de chegar ao trabalho, de chegar em casa (dos cunhados porque a nossa só conseguimos outro dia) de noite cansada e organizar as coisas do meu projeto, e de me sentir acurralada por não poder desfrutar pelo menos uma semana no Brasil. 

Renunciei, pedi para sair. E estou feliz, tenho mais tempo para mim, para pensar nas coisinhas do bebê, para matar as saudades da família e me dedicar aos meus planos. 

Podíamos fazer isso e acho bizarro ver algumas pessoas julgando e/ou sentindo-se mais fortes por terem tido outro tipo de experiência.

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É curioso acompanhar essas reações, a gente vai tirando paciência e bom humor de onde pode.

Estou curtindo muito estar gravidinha, tanto que já penso em procriar mais vezes e ando exibindo a barriga por aí (mas prometo não ficar fazendo coração com as mãos nos clicks hehe).


                                                            Pança de 4 meses.


O tempo está voando, gente! Abraço! ;)

terça-feira, 1 de abril de 2014

O melhor presente de 2013!

Ai Jamile, ainda nesse blá blá blá de retrospectiva? Sim! :P

Porque 2013 foi um ano lindo, cheio de amor, viagens e descobertas.

E foi em 2013, já aos 45 do segundo tempo, que ganhamos o presente mais especial e emocionante das nossas vidas: um bebê! 


Não poderia explicar a sensação de ver os dois tracinhos do teste de farmácia indicando que estavamos grávidos, não conseguiria descrever nossa cara quando nos chamaram de "mamãe e papai" no hospital pela primeira vez, não alcançariam as palavras para contar como é gostoso dividir essa alegria com a família e amigos.

Mas também tem o outro lado de pensar "e agora?", "o que pode e não pode?". 

Eu não tenho a menor ideia sobre maternidade e bebês, perceber isso é tenso, a cabeça dá um nó.

Querendo ficar mair esperta, corri para o Google (quem nunca?): comecei a ler blogs de mães e deus do céu quanta coisa! Acho tudo muito bonitinho e passo horas olhando. Descobri que tem até medidor de peido de guri. Putz, será que precisam mesmo medir o peido dos pequenos? Você encontra argumentos fervorosos dizendo da utilidade e inutilidade do aparato. É assim com tudo, da chupeta aos 39475 tipos de carrinhos ou bolsa canguru.

O blog não vai virar blog de mãe, mas como é um troço pessoal, provavelmente irei escrever algumas coisas dessa aventura divina de gerar outro serzinho

Muito em breve espero contar como é viajar com criança, afinal o foco do blog são as viagens. E se levarmos em conta que o baby é filho(a) de brasileira com ítalo-uruguaio, foi encomendado na Tailândia, levado a Irlanda, Bélgica, Holanda, Turquia e Argentina até chegar em casa no Uruguay, já temos um(a) mini viajante a caminho hehe!

Abraço redondo! :)