segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Médico do Viajante - Vacinas em Dublin

Já contei como foi usar o seguro da GTA em Dublin, já contei também como foi ir a uma clínica privada aqui e agora venho contar como foi a consulta com o médico do viajante. 

E não, não sou hipocondríaca! :P

Pesquisando os requisitos de entrada aos países asiáticos que irei visitar em dezembro, vi que a maioria exigia o certificado internacional constando a vacina da febre amarela, fiquei naquele mini desespero imaginando como conseguiria isso em Dublin.

Um passeio pelo Google e tudo ficou mais claro, encontrei algumas clínicas na ilha esmeralda com o tal do medical travel, o profissional que indica o que você tem que fazer em termos de saúde antes de viajar, e isso inclui recomendar - e aplicar - vacinas.

O mini desespero do como, deu lugar ao mini desespero do quanto, no Brasil a maioria das vacinas são gratuitas, na Irlanda o custo é alto (para meu bolso de desempregada): primeiro pelo preço da visita ao médico que obrigatoriamente você tem que passar e depois pelo preço das vacinas em si.

Mesmo as vacinas sendo gratuitas no Brasil, li vários blogs de brasileiros que fizeram mochilões pela Ásia e muita gente recorreu a esse profissional em busca de mais recomendações e informações sobre os cuidados necessários para viajar. 

Fiquei me sentindo bobinha por nem saber que existia essa especialidade rs.

Meu roteiro na Ásia é basicamente aquele roteiro pop, não vou me aventurar em lugares mais remotos, não vou fazer esportes radicais, trekkings pelas montanhas, matas, etc. E isso influencia nos tipos de vacina que precisamos tomar.

Até gostaria de viver experiências que me aproximassem mais da cultura real e não turística, mas isso vai ter que ficar para uma próxima trip. 

Com 26 dias disponíveis não consegui - nem fiz esforço para ser sincera - escapar das praias e templos. 

Confesso que considerei não gastar tomar mais vacinas do que as requeridas para o visto de turista na Ásia, afinal seria mesmo necessário tanta precaução ou era pura frescurite de gringo achando que vai pisar no sub-mundo

Em Dublin o local mais em conta que encontrei foi o Jervis Medical, fica entre as ruas Parnell e Jervis, bem facinho de encontrar.

Para o meu roteiro o pacote recomendado é o que inclui as vacinas Hepatitis A, Typhoid, Tetanus, Diphtheria & Polio, eles oferecem uma promo no valor de 140 euros (incluindo a consulta com o médico). 

E aí que brasileiros precisam apresentar também o certificado internacional da vacina da febre amarela para entrar na Tailândia, acrescente mais 35 euros na conta. Pois é, no total 175 euricos, uma facada no peito.

Só a vacina da febre amarela - que é o que efetivamente preciso apresentar para entrar nos países - custa 80 euros (35 da vacina + 45 da consulta obrigatória).

Aceitei que com saúde não se brinca, né? Fiz as contas das últimas vacinas que tomei no Brasil e abri a carteira para tomar a anti-tetânica, polio e a febre amarela.

A consulta foi a mais diferente que já fui na vida rs! Nunca imaginei contar meus planos de viagem a um médico, mas é bem assim que funciona o encontro com o médico do viajante, ele pergunta do seu roteiro, das suas atividades e vai dando pitaco em tudo.

Ele questionou quando eu viajaria, com quem iria, qual tipo de hospedagem, de transporte, se eu pensava em fazer algum esporte mais radical e várias cositas más

E recomendou que tomasse mais vacinas (contei que no Brasil o sistema é eficiente e gratuito, já tinha tomado algumas), explicou quais remédios eu deveria levar e tomar em caso de X sintomas e deu umas tips meio obvias para macaca velha tropical: não tente nadar bêbada (oi?), cuidado com o sol e reaplique o protetor solar várias vezes, se reidrate, use camisinha (ruborizada haha), não coma nas barraquinhas sujinhas, etc.

Tomei as vacinas todas no mesmo dia, nos dois braços e não doeu nada - sou medrosa e exagerada, se digo que não doeu, acredite rs. E o certificado internacional eles entregaram também no mesmo dia lá no consultório. 

Tudo pronto e agora férias que te quero! ;)


                Não lembro a fonte da foto que serviu de inspiração, mas agradeço o click...

Programando a viagem: sudeste asiático

Viajo em poucos dias, mas ainda estou naquela me belisca pra ver se é verdade.

Achava que a Ásia era algo fora do meu alcance: muito longe, muito caro, muito difícil e outros tantos mitos e verdades que deixavam os planos de explorar o continente para depois.

Aí vim morar na Irlanda e num desses e-mails chatos de propaganda, vi uma oferta tentadora para Malásia e foi uma luz, cantei e dancei ao ritmo do "yes, we can!" e me joguei nesse Google de meu deus procurando informações, cidades, roteiros, atrações, etc.

Enlouquecia com o mundo que descobria, enlouquecia com os relatos de quem jogou tudo pra cima - me identifico com essas pessoas, sabe como é rs - e foi dar uma volta por aí, era muita inspiração para abraçar o continente asiático.

Mas nós não teríamos tanto tempo disponível para viver toda esse experiência sem pressa, a viagem seria de 2 ou 3 semanas apenas. O que escolher, o que fazer, pra onde ir, quando ir?! :P

Passaram-se alguns meses até podermos definir o roteiro e comprar as passagens pela Turkish Airlines, não mais com o preço promocional, mas ainda assim a um preço razoável: 641 euros (saindo de Dublin).

Esticamos o tempo até onde deu, iremos passar 3 semanas e meia viajando pelo sudeste asiático. Equilibrar os dias e cidades foi quase missão impossível, a essa altura já queria conhecer mil lugares e tive que segurar a onda para não cair na loucura de ficar pingando de um ponto a outro do mapa.

Ainda assim em algumas cidades - Singapore e Bangkok, por exemplo - vamos passar correndo mesmo, o que é uma pena, eu sei. 

No roteiro priorizamos as praias, fico até abobalhada quando vejo as fotos das ilhas na Tailândia, gente! 

Agora em dezembro é alta temporada lá, muitos viajantes dizem que o melhor é fechar a hospedagem nos lugares, no tête-à-tête, mas preferi já viajar com quase tudo reservado. 

Compramos o voo em setembro e quando fomos reservar os hotéis, vi que os que havia selecionado 2 meses antes já estavam mais caros e outros não tinham mais vagas.

Apesar disso, conseguimos outras opções com bons preços, o custo de hospedagem na Tailândia e Indonésia é de saltar de alegria. O mesmo não dá para dizer de Singapore. 

Nosso orçamento é mediano, não vamos tão mochileiros nem tão phynos, a hospedagem não será em albergues tampouco em super resorts. 

Os trechos faremos de avião pela questão do tempo, os voos internos serão com as companhias low cost: Air Asia e a Tiger Air

Fui contando as cidades ao longo do post, mas agora deixo os lugares onde iremos passar de um jeito mais organizadinho:
  • Singapore 
  • Bali 
  • Bangkok 
  • Koh Samui  
  • Ao Nang
  • Koh Phi Phi
  • Kuala Lumpur (a opção mais em conta para voltar a Dublin, compramos o multi trecho na Turkish Airlines: a chegada por Cingapura e a volta por KL)

Voltarei com mais novidades hehe! ;)

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Decoração de Natal em Dublin

Dezembro ainda nem chegou e a cidade já está cheia de luz e decoração de Natal.

          
                     
Fico com a sensação que o ano passou rápido demais e estou acostumando com a ideia aos poucos.

As vezes acho que bloqueio um pouco a celebração por estar longe dos meus, é como uma proteção para aliviar a saudade de não ver a mesa cheia - de gente e comida, de não escutar as histórias repetidas da família, as gargalhadas, sentir aquela troca de abraços sinceros e apertados.

Apesar desse lado meio borocoxó, ver o movimento do natal tem sido bem divertido, insisto em achar que estou vivendo num filme rs. Só falta cair a neve para eu sair saltitando e dançando pelas ruas!

Contei a um irlandês que na Bahia era normal fazer neve de mentirinha para a decoração num calor de quase 40° e ele achou hilário. 

Pensando bem, é estranho mesmo incorporarmos tantos elementos fora da nossa realidade - e clima - na festa.

Mas não quero divagar rs, quero mostrar como Dublin está toda bonitinha iluminada, com árvores de natal, coisinhas em verde e vermelho, papai noel, bonecos de neve e afins em vários lugares.




                                    
Não tirei fotos, mas a sede dos correios na O'Connel está linda demais! ;)

Há também uma boa quantidade de eventos acontecendo na cidade, dá para conferir a programação nesse link.

E a tradicional feirinha de natal que ocorre todo ano lá nas docks terá inicio no dia 12 de dezembro. 



                                    Minhas fotos do cel X As fotos do Pablo! :P


Abraço! ;)

terça-feira, 26 de novembro de 2013

9 meses na Irlanda

Segundo o dito popular é quando você vê o resultado, né? :P

Pois bem, fiquei com isso na cabeça, mais precisamente com a voz infernal do compadre Washington se repetindo em meu juízo.

Talvez esse seja nosso último mês aqui e aí fica quase impossível não cair naquela conversa de avaliar essa aventura.

A experiência de morar em Dublin foi muito mais intensa do que eu esperava antes de viajar e sou grata a tudo que vivemos, tivemos nossos perrengues e alegrias, muita coisa não saiu como planejamos e precisamos descobrir outras possibilidades, ceder, dividir, ter mais paciência,  e tudo isso proporcionou um aprendizado enorme.

Já me achava madura demais para esse papo de intercambio, sabe? Pensava que seria apenas uma mudança de cidade, de ares, outro contato com uma cultura diferente, não caberia espaço para dramas de adolescente, mas que nada rs! 

Eu mudei, cresci e constatei que nada sei. E na boa, isso é lindo! Isso por si só já valeria a pena ter cruzado um oceano e raspado todas as economias do cofrinho.

Me permitir conhecer e viver a Irlanda foi uma das melhores decisões da vida!

Muita gente me pergunta e o inglêsAliás, coisa chata quem vive perguntando sobre o inglês alheio. Não que o idioma seja um fator menos importante nessa história toda, definitivamente não é. Cheguei aqui com o objetivo de estudar também.

Minha relação com o inglês é tensa, sempre foi. E eu me enganei - mais uma vez rs - achando que pisaria aqui e passaria a amar a língua. 

Não esperava sair fluente depois de poucos meses porque não sou louca rs, mas achava que estaria numa especie de 'período sabático' sem espaço para preocupação com 'carreira, especialização, casa própria, filhos' e assim seria fácil focar apenas nos estudos.

Pois bem, não foi fácil e perdi o foco muitas vezes. Mas se eu comparar minha capacidade de interagir com as pessoas no dia que desembarquei em fevereiro com o entendimento que tenho hoje, é notório que houve um avanço. 

Já fiquei muito noiada com a questão do inglês, o ideal mesmo seria ter chegado aqui do jeito que estou agora, mas essa não era minha realidade, né? Não vou ficar chorando as pitangas, vou é seguir insistindo, tentando melhorar essa relação.

Oh, acabei transformando num post de despedida, não era a intenção, imagina se apareço daqui uns dias dizendo: renovei e/ou casei!? 

O post ficou grande, mas para não perder o costume dos tópicos:

- Um mês e pouquinho sem a rotina da escola (p.s. me acho tão menininha falando escola, gente!), as vezes sinto até saudade.

- Começamos a alugar o quarto para períodos curtos e achei o máximo conhecer tanta gente e histórias diferentes, dividimos o teto temporariamente com pessoas dos EUA, Austrália, Alemanha, Itália, Argentina e Irlanda. 
Muitos dos flatmates vieram a turismo e alguns em busca de novas oportunidades de trabalho, tantos causos que daria um post. 

- O outono foi a coisa mais maravilhosa do mundo, ok ainda estamos no outono, mas a paisagem já está tomando mais forma de inverno. Tudo ficou lindo demais e eu boba admirando todas as cores, milhares de fotos de árvores e folhas no meu celular haha. 


- O frio chegou, os dias estão mais curtos, a gente fica com essa impressão porque anoitece às 16h e é estranho.

- Com o frio dando as caras tive que ir às compras! Fui atrás de cachecóis, luvas, gorros, meias, botas, casaco, tudo quentinho. 
Apesar de ter um monte de loja com preço camarada por aí, não cedi a tentação e adquiri pouca coisa ao longo dos meses. Não nego que aproveitei bastante esse momento luluzinha, capaz ainda escrevo sobre minhas lojas favoritas hehe.

- A decoração de Natal tomou conta da cidade, fui pega de surpresa, basicamente um dia era Halloween e no outro Natal. #exagerada
Falando no Halloween, foi uma das semanas mais divertidas na Irlanda! Todo mundo fantasiado, muitas festinhas e eventos, muitos doces, é uma tradição irlandesa e o Rick comentou mais da celebração nesse link.

                                                
Para a diversão deles eu sou lerda e me assustei umas 85341 vezes! #fofuras

  
Vou ficando por aqui sem saber se terá o "10 meses"...

Abraço! ;)

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Ilustração para blog

Queria mudar o layout dos blogs, mas não sabia por onde começar.

Isso mesmo, blogs no plural. Escrevo dois e me acho normal.

E mais, o outro blog é sobre o Uruguay, estou morando na Irlanda, mas mantenho ele atualizado também. De novo, me acho normal rs.

Passei um tempo navegando buscando informações, templates grátis, tutoriais de como alterar mil ferramentas, etc. Cheguei a conclusão que sou um desastre com essas coisas rs.

Dentre as ideias para dar uma cara nova aos blogs, contar com uma ilustração era a que mais me animava. 

Resolvi procurar quem entendia do negócio e acabei parando na página da Mari Paint Art: de cara gostei muito do trabalho dela!

Já tinha pedido uns orçamentos e vamos combinar que para uma pessoa que escreve sem ganhar uns trocados qualquer valor acima de dois dígitos é alto. 

Pela qualidade do trabalho da Mari julguei que ela cobraria um preço que eu não estaria disposta a pagar, por pouco não desisti de enviar uma mensagem.

Ela foi uma querida desde o primeiro contato, expliquei o formato que queria - como a princípio a ilustração será para o blog que escrevo sobre o Uruguay, queria uma bonequinha com referências minhas e do país, aí surgiu a ideia do mate e as fitinhas coloridas - e uma semana depois recebi meu desenho pronto.

Adorei o resultado e recomendo, deixo uma prévia da ilustração (porque o resultado final só quando estrear o layout novo). 



Ah, para quem não conhece meu outro blog, segue o link.

O Viver Uruguay me acompanhou numa fase muito importante, achei que merecia dedicar um espaço e nome só para falar do lugar que me acolheu tão bem. 

Sempre via mil blogs sobre mil destinos, pensou no Cazaquistão, lá estava um blog de um brasileiro contando as delicias ou não de viver ali. 

Mas do Uruguay não encontrava nada parecido, até que resolvi contar ao mundo como era viver no paisito e sou toda orgulhosa  apegada ao meu cantinho. 

Tenho vários projetos em mente, e é pra lá que voltarei quando essa aventura em terras verdes acabar. São tantos textos na pasta rascunhos que poderia passar outro ano na Irlanda com o blog Viver Uruguay atualizado mensalmente! :P

Já o Viajar é Preciso tenho desde 2009, embora tenha apagado os registros dessa época e passado longos períodos sem escrever (quase um ano), ultimamente com a vida na Irlanda tenho aparecido aqui com frequência e a melhor surpresa foi conhecer tanta gente bacana através desse canal. 

O intercâmbio não seria o mesmo sem meu querido diário

Justificável, né? No fim das contas não sou maluca hehe!

Um passeio em Kildare Village

Eu não sabia que havia um outlet a céu aberto aqui na Irlanda até as meninas me convidarem para ir lá fazer as compras de natal.

Aliás, não tinha realizado nem que o natal já está dando as caras com muitas luzes piscando e decoração verde e vermelha por aí hehe.

Topei o passeio na hora, mais animada por passar a tarde tricotando com as meninas do que pelas compras em si. 

Porque pensei tudo bem que é um outlet, prometem descontos e tal, mas ainda assim são coisas caras, ou você acha que vai comprar Ralph Lauren, Reebok, Calvin Klein por 20, 40 ou 50 euros?

Errr... sim! Foi bem isso que encontrei! Minha maior barganha foi um casaco por 14,40 euros.

E aí todo meu discurso de pessoa não consumista foi pras cucuias (me julguem), na verdade podia jurar que estava até economizando, afinal precisava mesmo de tudo aquilo (oi inverno!) e se comprasse em outro lugar sairia mais caro, simples assim.

Tinha muita gente lá, nada muvucado, mas era muita gente em todos os lugares. As filas eram constantes: fila para estacionar, fila para comprar café, fila para pagar, fila para usar o banheiro, fila para sentar e comer.

Me falaram que não é comum todo esse movimento nem preços realmente baixos, acho que o cupom mágico que tínhamos à mão provocou tudo isso: um voucher válido de 14 a 17 de novembro que dava mais 20% de desconto em todos os estabelecimentos.

A vila de Kildare é uma graça, são cerca de 60 lojas e você encontra nomes como Levi's, Lacoste, Superdry, Tommy Hilfiger, Coach, Hugo Boss, Nike, etc. 

São várias casinhas bonitinhas uma ao lado da outra, muito mais agradável do que uma estrutura de shopping fechado, e a decoração natalina deixou tudo  ainda mais fofo.





Fechamos a tarde luluzinha com um almoço maravilhoso no restaurante italiano, o único da vila.

Quem quiser conhecer a Kildare Village, há um serviço de ônibus que sai do centro de Dublin (dá para reservar no site), também é possível ir de trem desde Dublin Heuston a Kildare Town.

Abraço! ;)

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Repeteco no Glendalaugh Park e um pulinho em Kilkenny

De todos os lugares fora de Dublin que eu escrevi no blog "quero voltar lá" o único que realmente voltei até agora foi o Glendalaugh Park

Não foi por acaso, achei o lugar o máximo e vivia buscando uma desculpa para ir lá novamente.

E a desculpa apareceu, uma amiga de Salvador chegou em Dublin há pouco mais de um mês e tenho aproveitado para turistar e falar muito baianês com ela.

Alugamos um carro no domingo e fomos passear! Vocês ainda me aguentam falar de como é lindo esse país? Pois é, difícil não repetir mil vezes quando a gente sai de casa e encontra uma paisagem assim:



Ando encantada com as cores do outono, ando encantada com a passagem das estações.

Quando vi que a previsão do tempo dizia "sol", me empolguei e preparei vários quitutes para fazer um piquenique. Empolguei demais, porque o sol até apareceu, mas estava frio, muito frio mesmo.

Resistimos, compramos chocolate quente - no verão a fila era para sorvete, impossível não lembrar que estive ali de short e camiseta com tanto calor que queria nadar no lago - e comemos nas mesinhas do parque: tão bucólico, tão cena de filme rs.


Ficamos de bobeira falando da vida, pedimos outro chocolate quente, caminhamos entre as folhas amarelinhas caídas e decidimos pegar a estrada de novo.

Já estava um pouco tarde para ir muito longe, mas cismei cismamos em ir a Kilkenny.

Sabiamos que ficaria corrido, mas arriscamos assim mesmo. Nos perdemos no caminho, cadê sinalização? Cadê sinal do GPS funcionando? Cadê bateria do celular? Depois de algumas voltas achamos a direção correta e chegamos em Kilkenny.

Que graça de lugar! Dois minutos na cidade e eu já queria morar lá! Sou assim exagerada quando gosto hehe!



Andamos pelo centrinho fofo e fomos ao castelo fazer a visita, mas faltava poucos minutos para fechar e só pudemos ver do lado de fora, uma pena! 

Para não falar que não vi nada do interior do castelo, fomos ao banheiro e na saída ficamos trancadas. Gente, que aflição! Subi com minha amiga e Pablo ficou lá no jardim esperando, quando voltamos não tinha mais ninguém ali. 

Ficamos presas no pátio do castelo até o segurança aparecer e encontrar a chave! Fiquei super sem graça achando que ele ia ficar bravo e reclamar, mas do banheiro não escutamos nada informando que estava fechando as portas! Por sorte o rapaz era simpático, fez graça e ainda ficou perguntando da onde a gente era, se moravamos aqui, etc.

Livres, andamos mais, encontrei uma espanhola que estudou comigo fazendo um tour na cidade, tiramos mais fotos, em vários lugares víamos referências ao hurling (um esporte irlandês), mas acabamos entrando num pub que tinha um quadro com uma camisa da seleção brasileira autografada por Pelé e do lado outra da Argentina autografada por Maradona!

Jantamos por aí e pegamos a estrada rumo a Dublin, dessa vez sem se perder no caminho.

O passeio foi um bate-volta corrido, desses que eu costumo criticar evitar, mas valeu a pena, nos divertimos. 

Cismei que precisava ir porque conheci Kilkenny antes de pensar em pisar na ilha esmeralda, esse era o nome do primeiro pub irlandês que eu visitei quando viajei a Buenos Aires em 2009. 

Foi lá onde provei - e odiei - a Guinness pela primeira vez. Hoje a cerveja irlandesa é minha queridinha e o país minha casa.

Já tinha visto antes, mas voltando de Kilkenny vi de novo uma placa de venda de imoveis com o nome do meu avô, fiquei curiosa porque é um nome estranho, pouco comum (Fenelon, sempre achei que ele fosse o único), busquei no Google o significado e algumas fontes dizem que é um nome irlandês.

Eu ri porque agora a Irlanda anda aparecendo ou se conectando com tudo em minha vida...

;)

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Dublin Castle

Contei que estamos sem saber o que fazer: voltar ou ficar mais um tempo na Irlanda.

Aí a ficha caiu que a tal volta pode ser já dentro de poucas semanas!

Corri para fazer uma lista do que precisava ver antes de partir (dramática) e vi que ainda tinha muita coisa, vários passeios que não tivemos pressa nenhuma para fazer, sempre com aquela pretensão tranquilidade de quem tinha uma vida pela frente, sabem como é?

Aproveitamos o último feriadão - que coincidiu com os festejos do Halloween - para sermos turistas e um dos passeios que fizemos foi a visita guiada no Dublin Castle.

Comecei a visita com poucas expectativas, não pensei que encontraria informações tão ricas, terminei aprendendo muito sobre a história de Dublin - basicamente a cidade foi construída em volta do castelo - e me surpreendi do inicio ao fim do tour!


Pegamos a última visita guiada do dia e subimos com o guia e um grupo de umas 30 pessoas. 

Na primeira parada ele explicou o que acontece atualmente no castelo, contou sobre personalidades políticas que já se hospedaram ali, como o Nelson Mandela, e comentou rapidamente sobre símbolos irlandeses que vemos nos cômodos.

A parada seguinte foi no quarto de James Connolly, as paredes são vermelhas e tem quadros homenageando os lideres revolucionários de 1916. 


Passamos por outros quartos, salões, corredores, fiquei impressionada com a beleza do castelo, mais uma vez não esperava, acho que vi tanta gente falando que a visita era mais ou menos que inconscientemente fui achando que seria tudo muito chato comum.





Na sala do trono o que mais me chamou a atenção foram os símbolos representando a Inglaterra, Escócia e Irlanda. Me distraí olhando o lustre e ficamos para trás, tinha um outro grupo por ali também, aproveitei que o pessoal estava se acomodando no outro salão para tirar uma foto do trono sem tantas cabeças aparecendo, quando viro de novo... wtf?


Umas criaturas espanholas passaram a cordinha e SENTARAM no trono para tirar uma foto 'cool' e postar no facebook. Porque a foto só da cadeirinha que simboliza acontecimentos do século XVIII não é suficiente, né? 

Fui a chata do museu olhando com cara de reprovação, os pais das meninas viram minha cara e também olharam para trás, quase tive um treco quando a mãe achou legal e correu para sentar lá, Claudia!

Torci para aparecer um segurança, torci para eles passarem vergonha em público, mas nada aconteceu, eles seguiram pentelhando até o final da visita.

E por fim chegamos ao St. Patrick Hall, a parte que achei mais interessante dentro do castelo. 

O salão é enorme e tem várias bandeiras com os brasões dos cavaleiros de St. Patrick. No teto estão 3 pinturas incríveis de Vincenzo Valdre representando a relação entre o Reino Unido e a Irlanda.



Descemos as escadas e do lado de fora o guia contou sobre o dia que a posse do castelo foi dada a Michael Collins e a celebre resposta dele quando cutucado por chegar atrasado: "esperamos 700 anos, vocês podem esperar 7 minutos". 

Pegando embalo no clima do Halloween - e na decoração do Festival Bram Stoker que teve eventos nessa área do castelo - ele também contou uns casinhos de terror, buh!

Ainda no pátio, fiquei intrigada com a estatua da justiça, minha velha conhecida! Explico: tinha uma Têmis - deusa que nós do meio jurídico tendemos a associar com a deusa da justiça - enorme no meu quarto, ela ficava toda bonita comandando minha mini biblioteca de Direito. 

Comprei no começo da faculdade, por muitas vezes ela foi minha companheira de estudos. Dá para entender como fiquei boba olhando a versão do castelo sem os olhos vendados e de costas para a cidade! Um sentido de justiça realmente irônico.


Logo nos dirigimos à Medieval Undercroft, lá pudemos ver vestígios do forte viking, da muralha medieval e da Powder Tower. É surreal imaginar as circunstâncias em que essas coisas foram construídas.

Com o fim do tour fomos conhecer o jardim e fiquei com vontade de voltar para conhecer também a Chester Beatty Library


A visita guiada custa 3,50 euros para estudante. Dá para fazer a visita com o audioguia também, mas nesse caso não tem acesso a undercroft

O Dublin Castle fica na Dame Street, pertinho da Trinity College, ali no centrão mesmo da cidade.

Abraço! ;)

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Só porque eu sou baiana...

Oxe, por que esse surto de baianidade agora, nega? - Perguntariam lá em Salvador.

Minha relação com a terrinha por vezes fica dividida.

Tenho momentos de indignação com o descaso, a superficialidade das coisas, o oba-oba-putaria em todo lugar, os preços surreais. 

E tenho momentos de alegria e identidade aflorada quando vejo essa gente bronzeada mostrando seu valor mundo afora ou lembro de algo que só se vê na Bahia

Tenho muito orgulho da nossa história, arte, cultura, musicalidade, sou feliz falando baianês. 

Tenho saudade da comida: da moqueca, do acarajé, vatapá, caruru, arrumadinho, escondidinho, beijú, mungunzá, lambreta, pirão, maniçoba, carne do sol com aipim  e até de comer uma punhetinha no tabuleiro das baianas (calma, leitor! A punhetinha é só um bolinho de tapioca).

Saudade das cores, do cheiro de dendê correndo pelas ruas, das ladeiras, da miscigenação, do sincretismo, do som da percussão arrepiando a pele. Porque sou dessas que se emocionam com a força dos tambores e atabaques! E não, não estou falando de axé music pop

Saudade de ver o mar, do mergulho no porto da Barra, do sol se pondo no Farol e as pessoas aplaudindo, dos caminhos do Rio Vermelho, da cervejinha gelada e o garçom atrevido do boteco dando pitaco na conversa. 

Saudade de ouvir o vendedor dizer 'tem, mas acabou', de alguém contar um causo que durou '3 horas de relógio', da tripla negação, porque costumamos dizer 'não, não quero não'.

Sinto falta da informalidade e da leveza, de andar descalça, do chegue mais e pode entrar

Tenho consciência que toda essa magia anda abalada, ultimamente me deparo com uma cidade caótica, suja, com um trânsito infernal e uma diferença de classes gritando na minha cara. 

Por enquanto escolho e abraço essa Bahia que não me sai do pensamento

Hoje descobri um blog com uma proposta que me agradou de cara, chama 365 motivos para amar Salvador e tem o desafio de encontrar um motivo por dia para amar a cidade

A ideia não é fingir que não há problemas - qualquer pessoa sensata em 5 minutos na terrinha apontaria vários - mas mostrar que há sim coisas lindas acontecendo em meio ao caos urbano, antes de reclamar dá para aprender e resgatar o que temos de bom. 

E certa que cidadania começa em casa e muito trabalho precisa ser feito, eu compro essa ideia de valorizar o que está aí e lutar pelo que não está.

Já que comentei do blog, vou falar também de uma página relacionada que sigo no Facebook, a Guia de Sobrevivência do Soteropobretano aborda informação, cultura, lazer e humor. Muitas noticias já são piadas prontas, como o cinema novo no reino do dendê com entradas que chegam a R$51. 

As dicas culturais são ótimas também e de baixo custo - muitas vezes gratuitas - para aqueles que dizem que não tem nada para fazer em Salvador, mas nunca entraram numa galeria de arte, livraria ou museu, por exemplo.

Salvador, sempre esperando te encontrar de novo! Foi lá que me criei, é lá onde moram as pessoas que mais amo na vida! ;)





quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Hambúrguer com coisinhas mais

Quando pensava em hambúrguer, pensava na tia da esquina da escola, tudo muito simples e barato, nada muito glamouroso.

Aí cheguei em Dublin e vi que ir ali comer um hambúrguer pode ter todo um conceito envolvido.

O lugar mais legal que conheci foi o Eddie Rocket's, a decoração é sensacional, fiquei me sentindo num filme de sessão da tarde.


Só falta a garçonete nova e desastrada cair no meio do salão derrubando todo o milk shake para o cenário ficar completo.

A Eddie Rocket's tem em vários pontos de Dublin, mesmo preferindo mil vezes andar na rua do que em shopping, fui na Eddie do Dundrum e gostei bastante.


O outro lugar que estava cheia de expectativa para ir era o Gourmet Burguer Kitchen que também dá pinta em diferentes pontos da cidade.

Tinha lido matérias em blogs falando do sucesso da mistura do clássico hambúrguer e produtos mais finos.

Então lá fui eu atrás do hamburgão com queijo camembert ou creme de gorgonzola e mix de folhas. O lugar é legal, o atendimento também, mas o hambúrguer mesmo não vi nada tão impressionante para a proposta que vendem.

Pablo é meio cri cri com gordura e já na primeira mordida comentou que a carne não estava aquela maravilha toda. Meu paladar é menos refinado e só achei a carne um pouco seca.

Pô, tanta firula no sanduba e a carne que deveria ser o diferencial estava sem graça e com qualidade questionável. Mas ok, o conjunto estava bom, os outros ingredientes meio que salvaram.


O hambúrguer não é baratinho em nenhum dos dois lugares. Na Gourmet Burguer Kitchen as opções que escolhemos custou 10 euros cada, sem a bebida incluída. Na Eddie Rocket's há opções e combos um pouco mais em conta.

Não sei se voltaria (a Eddie talvez sim), não é meu lanche de todo dia, como pouco essas comidas de fast food, quando muito 2 vezes por mês.

Já Pablo saiu convencido que é mais feliz e rico numa Burguer King da vida hehe.

;)

domingo, 27 de outubro de 2013

Como Chegar e Hospedagem em Cinque Terre

Onde ficamos:

Procuramos muito lugar para ficar em Cinque Terre e não encontramos muitas opções com preço em conta.
 
Muita gente fica em La Spezia e passa o dia nas terres, é uma alternativa que vale a pena: a frequência de trens é intensa, o trajeto dura 20 minutinhos e em La Spezia a variedade de hospedagem - e consequentemente de preços - é maior. 
 
Mas eu teimosa como uma mula, queria dormir e acordar em Cinque Terre. E cismei que tinha que ser em Vernazza porque pelas fotos e relatos que andava lendo, era a vila que mais simpatizava.



 
Pelo site da Booking nada dentro do que queríamos pagar me convencia, então partimos para o AirBnb e foi lá que encontramos nosso cantinho para passar as 3 noites em Vernazza.

Ficamos na casa da Francesca, uma italiana que tem uma lojinha de vinhos na rua principal da vila. Nos identificamos de cara rs! As fotos, referências e preços agradaram e fizemos a reserva.
 
O quarto fica no primeiro andar que dá acesso a casa, o que garante uma privacidade grande, é como estar numa pousadinha mesmo. 
 
Pagamos 90 euros na diária (a partir da segunda quinzena de outubro é mais barato) e ficamos satisfeitos: o quarto é bem espaçoso, limpo, da janelinha tinhamos vista para o mar, tem tv, frigobar, jarra elétrica, uma mesinha para tomar café, lugar para guardar as roupas e o banheiro é daqueles que podemos tomar um banho decente.

 
O 'porém' fica por conta das escadas: 150 degraus! Mas Cinque Terre é esse sobe e desce sem fim, difícil encontrar um lugar onde não tenha alguns degraus pela frente.
 
A Francesca e o marido são bem simpáticos e falam bem inglês. 
 
No check in quando Pablo entregou o passaporte italiano e eles descobriram que o nonno dele era ali da região (de Massa - Carrara), o inglês foi deixado de lado, a comunicação era uma mistura engraçada de português, espanhol e italiano. 

Mandei uma mensagem perguntando se ela aluga o quarto por outro meio que não seja o Airbnb, quando receber a resposta, atualizo o post.
 
Há muito mais opção de hospedagem, em várias casinhas via a placa de aluga-se quarto, ou affittacamere para quem quiser se aventurar procurando pelo Google.


Como chegamos:
 
Para chegar a Cinque Terre as opções são barco ou trem.
 
Como estamos morando em Dublin, foi melhor ir ao aeroporto de Pisa (que inclusive trabalha com cia low cost, fomos num voo da Ryanair).
 
De Pisa pegamos um trem a La Spezia e de lá outro trem a Vernazza, tudo para ser rápido e barato. Seria menos de 2h e o custo de uns 11 euros.
 
No aeroporto há uma estação de trem que se conecta à estação central de Pisa, de onde sai o trem rumo a La Spezia, mas ficar aí esperando esse trem é tempo perdido.
 
Ele demora a passar e a 'viagem' do aeroporto à central dura apenas 3 minutos!
 
Não sabiamos e ficamos meia hora esperando, o trem saiu 2 minutinhos atrasado e pronto, perdemos a conexão com o outro trem que saía de Pisa Centrale a La Spezia. Ficamos mais uns 40 minutos esperando o próximo.
 
Dá para ir à estação central de táxi ou ônibus. Na volta da viagem pegamos um táxi e a corrida saiu 7 euros.
 
Em La Spezia o trem a Cinque Terre passou rapidinho e em pouco tempo estavamos em Vernazza.
 
O ticket do trem compramos dentro do aeroporto, logo no desembarque tem um balcão vendendo. Mesmo precisando fazer trocas de trem, compramos todas as passagens aí mesmo.
 
Nesse balcão há uma cobrança de comissão de 2 euros, depois vimos que do lado de fora tinha uma máquina onde podiamos comprar as passagens sem pagar nada a mais.
 
Ah, e não esqueçam de registrar o bilhete na máquininha antes de subir.
 
Nós esquecemos esse detalhe, uma fiscal passou no vagão, entregamos os bilhetes e ela foi gente boa só reclamando que poderia aplicar uma multa de 80 euros por não termos validado as passagens, ui!
 
Para terminar essa série de posts sobre Cinque Terre, um pouco mais desse lugar inspirador, um pouco mais de amor, por favor! ;)



Abraço!