domingo, 6 de julho de 2014

8 saudades da vida em Dublin

Há 6 meses deixei a Irlanda, mas a Irlanda não me deixou rs, volta e meia me pego pensando na Ilha Esmeralda e como sou a louca das listas, quis colocar na ponta do lápis as coisas que mais sentia falta da vida em Dublin! ;)


1- Comidas e supermercados

Eu vejo muita gente reclamando da comida na Irlanda, mas eu nunca vi problema, só solução. A cidade tem tannnnto restaurante que toda semana podia provar um mundo novo, era um tal de comidinha mexicana, tailandesa, indiana, japonesa, brasileira, italiana que eu achava o máximo experimentar. E o melhor, várias opções com preços camaradas, basta dizer a caixinha thai por 5 euros ou o combo mexicano por 7 euros! 

Saudades disso e de comer um fish and chips sucesso ou batata frita com vinagre no melhor estilo irish.

Além da diversidade de comidas que encontrava na cidade, os supermercados eram outra alegria. No condomínio que eu morava tinha um Dunnes imenso que era amor, era vida. 

Suspiro lembrando da parte de queijos, comprar queijo brie por 1 euro é coisa de Deus, experimenta comprar queijo brie no Brasil, coisa de rycah, apenas.

Foi difícil voltar e me adaptar aos preços e qualidade dos produtos novamente. Saudade de um tempo que a marca do supermercado correspondia a economia e qualidade, saudade de comprar sobremesas por 2 euricos. 

E pra não dizer que era só produto pouco saudável na minha feira, rolava um monte de saladinhas já ready to eat e caixinha de tomate cherry por 0,89 cents! Vou nem falar quanto tá o kg do tomate por nessas bandas...


2- O desafio da língua

Não é novidade que minha relação com o inglês é uma coisa tensa, sou eu me esforçando para achar ele legal e ele se esforçando para ser legal comigo. 

Viver em Dublin e estar exposta a todo dia quebrar essa barreira era bem interessante. Sempre tinha um friozinho na barriga quando precisava resolver alguma coisa sozinha, quando saia da sala de aula e ia para a vida real. 

E eu sinto falta desse desafio, falta da frustração quando não entendia nada e do sentimento de satisfação quando podia resolver o que queria, falta de ensaiar diálogos antes de falar. 

Fazer uma ligação para agendar uma consulta era todo um evento, assistir um seriado sem legenda toda uma conquista. 

São detalhes de um cotidiano que não existe mais na minha vida, mesmo não morando no Brasil. 

É que a minha relação com o espanhol é diferente, já é minha segunda língua. Não rola nervosinho, não penso antes de falar. Se tenho que ligar para alguém, pego o telefone, ligo e falo, sem ensaios. Não tenho aflição de não entender, não tenho vergonha de falar, é tudo fácil, normal do dia a dia.

Ficou a saudade de escutar a rádio no caminho de casa e ficar atenta às conversas, letras de músicas e propagandas, saudade de prestar atenção no modo das pessoas falarem, saudade de ler cartazes aleatórios pela cidade, saudade de ver e ouvir o mundo em inglês.


3- Parques

Porque sempre tinha um parque no caminho.

E como gostava de ir a esses lugares! Delicia ficar no parque matando o tempo, lendo um livro, fazendo um lanche, papeando com os amigos, namorando.

O Stephens Green era o meu favorito, tinha que pegar o luas ali do lado e minha escola ficava em frente ao parque, ou seja, praticamente toda vez que saia de casa passava por lá.


4- Música e artistas de rua 

Era tão comum parar no meio da rua para assistir as performances da galera. Via cada banda massa se apresentando a céu aberto, nunca podia evitar passar pela Grafton Street e parar alguns minutinhos para ver alguma novidade.

E quando tocavam música irlandesa aí o coração ficava cheio de amor, sou fã da banda MuteFish que toca pelas ruas de Dublin, temos o cd deles e sempre escutamos. Piro na dancinha também, acho lindo.

Saudade desses shows de todo dia.

                                                                  Sou fã!


5- Pubs

Ir a balada não fazia parte da nossa rotina. Pablo detesta tuntz-tuntz (música eletrônica), eu tenho preguiça de gente cool baladeira u-hu

Me julgue, mas meu conceito de festa é barzinho com lugar para sentar, comidinhas e música ao vivo até meia noite. Mais que isso fico chata e com sono. E Dublin me entendia, sempre tinha um pub bacana com música ao vivo para embalar nosso sábado a noite.

E os pubs ainda davam show de opções de craft beer, sempre tinha uma cerveja artesanal, diferente pra gente provar. Nós gostamos de tomar uma cervejinha ou vinho, já contei aqui no blog que até estudamos mais sobre as bebidas em cursos como o de sommelier. É hobby, não é sair para encher a cara, é mais um jogo com os sentidos, apreciar os sabores, nos diverte rs.


6- Conhecer as cidadezinhas do interior

Uma das coisas que sinto mais saudades é planejar viagens, toda semana entrava no site da Ryanair para sondar os preços das passagens, vai que tinha alguma promo para um fim de semana, né?

E essa vontade de rodar toda a Europa era compatível com a vontade de conhecer toda a Irlanda. 

Acho que fui meio mole, poderia ter visto muito mais da Irlanda nos quase 10 meses que vivi lá. Faltou conhecer muita coisa, não fui ao sul do país, por exemplo. E queria muito ter ido a Cork, Kinsale, etc.

Ainda assim, posso dizer que conheci o interior irlandês e amei. Cada vilazinha fofa, cada lugar verde e lindo que só me deixou com vontade de explorar mais o país. 


7- Dias de sol

Eu nunca tinha dado tanto valor a um dia bonito. Na Bahia faz dia bonito quase todo dia, se chove um dia, a gente espera que no dia seguinte tá beleza. Se não deu praia hoje, sem stress que rola amanhã. 

Na Irlanda não é assim. Se faz sol, amigo, corra pra rua! Ficar em casa num dia lindo é um desperdício que te faz sentir culpado, sério.

Dia de sol é igual dia feliz, é lindo porque você não precisa de nada mais que o sol para esbanjar alegria. Poético, não? 

Engraçado que eu achava que os irlandeses não curtiam um calorzinho justamente por estarem acostumados ao frio. As pessoas sempre me dizem 'ai como você deve sofrer com o frio' porque sou baiana e 20°C já é inverno rigoroso na minha terra, logo aplicava a mesma lógica aos irlandeses. 

Mas minha surpresa foi chegar em Dublin e ver o pessoal todo cheio de sorriso para os dias mais quentes, numa empolgação contagiante.


8- Pegar o luas

Em todo o tempo de vida em Dublin nunca morei no Centro, moramos em 4 lugares diferentes, todos entre Stillorgan e Sandyford.

Nosso meio de transporte era basicamente o luas e era nessa viagem de 20 minutinhos que ia pensando na vida, observando o povo, lendo o jornalzinho, acompanhando o movimento do dia.

Saudade de ver a cidade pela janelinha do luas.

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Irlanda, sua linda, sinto falta de você! ;)


4 comentários:

  1. Achei interessante você dizer que sente falta do desafio da língua. De fato, o espanhol você domina, já sabe, não tem mistério usá-lo no dia-a-dia. Também me surpreendi com você sentindo falta do Luas - eu agora só ando de bicicleta e acho meio uó quando tenho que pegar ônibus ou Luas, não acho que seja um serviço bom pro valor que cobram, sabe?

    Se eu fosse embora daqui agora, sentiria muita falta dos mercados e dos parques. Ah, dos artistas de rua também!!!

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    1. Comprar a passagem individual do luas era absurdamente caro, ida e volta saia 4 euros e pouco, almoçava com esse valor! Mas comprava o ticket mensal que me permitia viagens ilimitadas por 30 dias por 55 euros, achava o preço razoável.

      Saudades! ;)

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  2. Poxa que bacana sua lista! Ler cada item que você escreveu, foi como se eu estivesse de fato vivenciando isso. Eu estou na caminhada pra ir pra Dublin, vou em Outubro, enquanto isso vou lendo blogs como o seu pra me inspirar, haha. parabéns pelo blog!

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    1. Muito obrigada, Paulo! ;)

      Falta pouco para estar lá, espero que sua experiência seja muito rica! Abraço!

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