quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Uma semana em Bali

Sempre pensei em Bali como o paraíso na terra, não conhecia quase nada de lá, mas imaginava uma ilha simpática com muito sol, ondas gigantes e muitos surfistas. 

Nessa viagem a Ásia nosso destino certo era a Tailândia, mas armando o roteiro vi que Bali ficava logo ali, já pensou que sonho unir Tailândia e Indonésia numa mesma viagem de férias? Pesquisamos um pouquinho e tcharam: era viável conhecer a ilha dos deuses também, que alegria!

Desde então a música Padang Padang não saia da minha cabeça, coisa de quem cresceu na Bahia e pulou alguns carnavais. 

Mas ao contrário do que pensava, Bali não era uma unanimidade, em muitos relatos as pessoas reclamavam do trânsito caótico, das praias que não eram lá essas maravilhas, do turismo massivo, da dificuldade de ir de um ponto a outro da ilha, dentre outras coisas. 

Fiquei confusa porque era tanta informação que chocava com aquela ideia de ´férias no paraíso tropical' que eu queria, ainda assim resolvemos pagar para ver e reservamos uma semaninha para morrer de amores - ou não - pela ilha.


Mochilão Bali Sudeste Asiático Dezembro

Com uma visão mais objetiva, a viagem ficou mais fácil. Percebi que não chegaria numa ilha pequenina, climão pé na areia- faço tudo andando: Bali é gigante. E tem trânsito, um trânsito caótico mesmo, com pouca sinalização, congestionamento, muita moto e vuco-vuco

Ir de um lugar a outro nem sempre é rápido, logo uma parada de 3 ou 4 dias rende muito pouco, detesto definir dias para viagens, mas arriscaria dizer que uma semana seria o tempo minimo de estadia.

O sudeste asiático é roteiro de muita gente que faz uma volta ao mundo, tira um ano sabático e pode desfrutar todas essas maravilhas sem pensar no tempo, então você vai ler muita gente pregando esse estilo como a única alternativa para conhecer e absorver as delicias e mistérios desse continente. 

Mas se ainda não chegou a sua vez de cair no mundo sem olhar o relógio e você está aí só com X dias de férias do trabalho, não se desespere porque dá sim para ser feliz em poucos dias, dá sim para viver lindas experiências do outro lado do mundo sendo apenas turista.  

Entendi que a Ásia era um novo mundo, um mundo rico em sabores, cores, cheiros, sons, cheio de possibilidades, eu poderia passar uma vida tentando aprender e compreender essas diferenças e viajei com muita sede de experimentar, mas sem a pretensão de ver tudo ou sair especialista na cultura deles, sabia que o tempo era curto e deixei de me cobrar, queria só viver e foi lindo. 




Nos próximos posts contarei sobre nossos dias em Bali:

- Hospedagem - Dividindo a semana em Seminyak e Ubud

- Seafood Barbecue em Jimbaran

- Ubud, a outra cara de Bali
Cafe Lotus, Monkey Forest e os campos de arroz

- Pandawa Beach, a surpresa de Bali
E ainda a praia Padang Padang e o fim de tarde no Uluwatu Temple

- Outros templos que visitamos em Bali: Tanah Lot, Ulun Danu, Pura Tirta Empul e Kawi Temple

- O famoso café - tido como o mais caro do mundo - de caquinha de Luwak, para turista ver

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Pensei que nunca ia conseguir falar sobre a viagem, mas olha os posts saindo rs.

Até breve! ;)

O que não dizer a uma mulher grávida - Parte 2

Estou a 20 e poucos dias de dar à luz e os hormônios fazendo a festa no estado emocional da pessoa.

Tinha tanta coisa para contar, registrar mesmo num diário de gravidez, imagino que seria lindo um dia poder ler tudo que senti nesse momento tão especial, mas o tempo passou tão rápido, gente! 

Não escrevi nada, não tirei mil fotos do barrigão para fazer várias sequências bonitinhas, mas vou tentar fazer uma cartinha para a Gabi contando a nossa história, como vivemos a chegada dela e guardar por muitos anos até ela poder ler sozinha e entender todas as coisas lindas que trouxe para nossas vidas. 

                          Com 6 meses, depois só fotinha no espelho com o celular!


Pois bem, já que não rolou o diário, hoje voltei com a Parte 2 do que não dizer a uma mulher grávida porque sim, meus caros, as pessoas se superaram nos comentários e eu não resisti em dividir essas perolas rs.

Vem fazer poker face comigo, vem! :)


- Você quer OUTRO filho? Rá, deixe nascer o primeiro... 

Até pouco tempo atrás eu não pensava em ter filhos, não por um tema de filosofia de vida, e sim porque parecia uma ideia muito distante da minha realidade, eu era a estranha da família que andava viajando e era meio desengonçada com crianças, achava que seria sempre assim rs.

Na verdade continuo estranha e sem jeito com os pequenos (há quem diga que eu carrego bebês com cara de susto e com a destreza de quem segura uma batata quente), mas muita coisa mudou na minha forma de ver o mundo. 

E como casal, chegou um momento na nossa vidinha que simplesmente desejamos ser pai e mãe e tudo fluiu tão maravilhosamente bem que já na primeira tentativa recebemos nossa Gabriela, a maior alegria de todos os tempos!

Tanta felicidade que óbvio pensamos em viver isso novamente, sonhamos com um irmãozinho(a) para Gabi no futuro.

E aí vem a chatice alheia quando as pessoas perguntam e descobrem que não queremos parar por aí, que não somos casais modernos de filhos únicos, parece que está fora de moda ter mais de um filho, sei lá.

Um festival de histórias desgastantes e sofridas de pais de crianças que dão trabalho

Comentário desnecessário, não é da conta de ninguém se fulano que ter um filho, dois, dez ou nenhum.  


- Ainda bem que você viajou bastante porque depois que o bebê nasce...

O mundo acaba, você não terá mais vida, será um zumbi trocando fraldas e nunca mais viverá ou terá prazer se não for através da felicidade e prazer do seu filho. 

Ah vá, faça-me uma vitamina de abacate e massagem nos meus pés. 

Preguiça imensa de quem vê o mundo assim, é muita amargura, sai pra lá!

Entendo que as coisas mudam, mas acho que a palavra é adaptação. É claro que não vou cruzar o deserto de sal na Bolívia com Gabriela pendurada numa teta, mas né? Há tantas possibilidades, há tantas formas de viver e encarar as coisas.

No mês passado vi amigos compartilhando essa imagem loucamente e só pensei: sabem de nada, inocentes! 


Estou parindo e os planos de viagens seguem firmes e fortes. Muito em breve cairemos os três nas estradas desse mundão para desespero dessa turma apocalíptica. Muah!


- Ah, menina é mais legal, as coisas são tão mais lindas!

Vou ter um bebê, não um boneco enfeitado. Não piro nessa coisa mundo-rosa-encantado-de-frufru e acho chato quando tentam me convencer nesse lance de rosa para menina e azul para menino.

Evite essa fofurice aguda por um mundo menos sexista, sério.


- Quantos kg você engordou?

Já tinha comentado na Parte 1 da galera que fica naquela de dizer se você está gorda/magra. Daí na reta final da gravidez as pessoas fazem essa pergunta para dar o veredito final fundamentado em números rs.

E eu continuo achando deselegante entrar em tantos detalhes. 

Sei que agora é cool engordar pouco, tem mamãe bombando nas redes porque ficou linda e magra na gestação, engordou só 8 kg! Uau! E todo mundo acha bacana elogiar e comentar o caso.

A maioria das mulheres engordam o dobro disso e é normal, gente. Estranho mesmo é dar parabéns a uma mulher que engordou pouco. Que porra de mundo é esse?


- Parto normal? Você é louca! / Que coragem! / Quero ver quando tiver se lascando de dor!

Engraçado que no início da gravidez eu não me preocupava como o bebê ia sair, era tanta coisa nova na cabeça que o parto parecia uma coisa tão distante.

Lembro que a Bá comentou comigo que assistiu o documentário 'O renascimento do parto' e trocamos umas figurinhas sobre isso. Quando chegou o momento de buscar sobre o parto, comecei a ler um monte de coisa, me emocionei - até hoje choro horrores - com cada relato de parto e descobri que acreditei muito tempo numa cilada.

A vida inteira fui induzida a imaginar o parto normal como algo brutal, uma barbaridade que só mulheres pobres e sem opção eram obrigadas a enfrentar. Uma injustiça social. Normal mesmo era agendar uma cirurgia e ter toda atenção médica. Foi assim que eu nasci, foi assim que a nova geração de bebês da família nasceu.

Mas com informação a gente vai longe, desmitifica o parto, a serenidade toma lugar afastando os medos e a gente escolhe o caminho que melhor nos convém. Isso é lindo, essa relação com meu corpo e com a vida foi umas das coisas mais emocionantes de construir, aprender.

Não foi fácil lidar com os comentários das pessoas achando um absurdo minha decisão, ouvi absurdos de pessoas muito próximas, desde 'isso é coisa de gente sem informação e miserável', 'não sei pra que sofrer tanto se já inventaram coisa melhor' até 'você vai ficar folgada', em outras linhas 'você vai perder o marido' porque tem gente que acha que uma relação está estabelecida entre um pau e um buraco. Pronto, falei.

Fica a dica de pesquisar antes de falar besteira, né? :P

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Devo estar esquecendo de mais comentários sem noção, mas acho que esses ilustram bem as coisas loques que ouvi nesses quase 9 meses. 

E sim, ouvi muita coisa linda também, da mesma forma que o barrigão desperta esse lado maluco nas pessoas, há quem se derreta todo e fique mais doce e gentil. Sentirei saudades dos estranhos puxando papo e de ter prioridade nas filas hehe.

Quem sabe volto para contar como foi a chegada da pequena!? Estamos esperando o dia num misto de ansiedade, alegria e muito amor!

Abraço!