terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Firenze e Pisa

Adorei Firenze, achei linda, aconchegante, diferente, gostei mais que de Roma até!

Não fugindo a maré de azar na Itália, a chegada foi o pior episódio da saga rs! Eu queria descer na estação Firenze Santa Novela que é a que fica próxima ao hostel, mas sai com tanta pressa e atrasada que fui sem o mapa das estações, comprei o trem mais barato e lento, 2ª classe, estava bem cheio e não curti a viagem. 
São 6 cadeiras dentro de uma cabine apertada – sendo 3/3, uma de frente pra outra, e me dá uma aflição ir no sentido contrário e olhando para a pessoa da frente, aff!

Existem 3 estações com o nome Firenze, eu confusa, perguntei a uma mocinha se a minha era a que o trem havia parado, ela disse que não, que seria a próxima. 
Ok, esperei e o trem partiu, andou, andou e nada de chegar, ela um tanto constrangida disse que tinha se equivocado e fui parar em Bolonha, a parada seguinte, 1h e meia depois! 
Aí desci e comprei a primeira passagem de volta a Firenze, só tinha a do "trem moderno", custou os mesmo 20 e poucos euros de Roma-Firenze! :S

Cansada com a então viagem de 6h, peguei um taxi até o Hostel Plus Florence: excelente escolha! Recarreguei as energias lá, quarto feminino para 6 pessoas super espaçoso, limpo, com armários e eu estava sozinha, depois chegou uma canadense muito simpática.

Já "pronta para outra" rs, peguei um mapa e sai, muito fácil andar pela cidade, passei pelo duomo – lindo! – e fui jantar, finalmente comi bem na Itália, o restaurante chama "alguma coisa Leo", fica próximo à praça do David de Michelangelo, comi lá todos os dias, não esquecerei do penne com jammon e cogumelos, do ravioli de gorgonzola ao molho branco com manjericão e nozes...

No dia seguinte andei toda a cidade, subi os 413 degraus da igreja do duomo – 6 euros – e ofegante vi toda a cidade lá de cima, vale muito a pena! 
Depois atravessei o rio, passei pelas feirinhas de couro, voltei na pracinha com as esculturas, o David e outras, muito bom andar por ali, em algumas cidades acontecia isso comigo, uma sensação tão boa em não fazer nada de “especial”, apenas caminhar e observar!

Coisa chata mesmo só os italianos coroas paquerando, não sei o que acontecia, mas se disser que recebi cantada de alguém com menos de 40, estarei mentindo! As pessoas te veem sozinha e acha que você está esperando desesperadamente uma companhia.

Pisa

Passagem Firenze – Pisa: 5,50 euros.

O que dizer de Pisa? Passei meio dia lá, não sei se há muito pra fazer além da Torre, me parece que não, mas não tive tempo para descobrir rs! 
Desci na estação e deixei minha mochila no guarda-volume, custou 6 euros, e a recém adquirida malinha de rodinha – no caminho a estação de Firenze estava morrendo com o peso, mesmo abandonando coisas, e resolvi comprar a malinha pra dividir o peso, foi a melhor coisa que fiz!

A cidade é pequena, não peguei mapa, na saída da estação tem um plano da cidade, me localizei mais ou menos e fui andando, adoro sair sem rumo, eu estou SEMPRE perdida, mas parece que as pessoas não se dão conta porque em todo lugar me pedem informações, no idioma local inclusive... depois de um tempo avista-se a famosa torre e é fácil chegar nela. 

Cheguei, andei um pouco, o dia estava lindo, sol, céu azul, muitos turistas fazendo a clássica fotinha – eu também! 
Depois das fotos, fui almoçar, um restaurante bem próximo dali tinha um menu turístico por 15 euros, primeiro e segundo prato e bebida. 
Voltei para a estação e fui comprar o ticket para Roma, surpresa: assentos esgotados, só tinha vaga no trem mais caro de novo, custava o dobro do outro...

P.S: eu achava melhor olhar os trajetos, horários, plataformas nos painéis de papel, os eletrônicos me confundem! 
Explico, meu trem a Firenze por exemplo o ticket impresso pela maquina só saiu origem, destino, assento e preço, olhava no painel eletrônico trem a Firenze e não tinha, já desesperada com apenas 5 min, pedi ajuda e um senhor olhou no painel de papel que é mais detalhado, o destino principal era Salterno! No painel eletrônico só constava Salterno, e eu louca buscando Firenze...

Roma

Não tive muita sorte na Itália, se alguma coisa podia dar errado, dava! O que não muda minha ideia que  todo mundo deve conhecer o país um dia! ;)

Não saberia descrever a sensação de caminhar onde a história aconteceu, estar frente a frente com tudo aquilo que vimos a vida toda nos livros é clichê, mas é sensacional! :P

Minha maré de azar começou antes mesmo de chegar a Roma. Não fiz o check in on line no site da Ryanair, tentei imprimir ainda antes de ir ao aeroporto, só que tanto o check in quanto a impressão encerram 4h antes do vôo e eu não sabia: tive o desprazer de pagar a multa de 40 euros no aeroporto (mais cara que a passagem).

O vôo estava lotado, esqueça isso de pessoas educadíssimas por aqui porque não é o que eu tenho visto e vivido, fato! 
A Ryanair não marca assento, então o esquema é chegou, sentou. Fui uma das últimas a entrar e foi difícil achar lugar livre, e lugar para colocar a bolsa? Não havia! Imagina se tivesse com mochila ou mala, e ninguém ficava constrangido por estar ocupando o MEU espaço, as aeromoças 0 de simpatia, um aperto total, mas ok, é o preço que se paga pelas passagens mais econômicas. 
Chegando em Roma, fui recebida com um belo temporal e a mochila levou mais de 1h para aparecer, chegou encharcada, minhas roupas molharam e ainda perderam minha havaianas que estava na parte externa da mochila amarrada.

Desembarquei no aeroporto Ciampino, fica a 1h do centro de Roma, há transfers logo na saída do desembarque, cheguei mais de 22h e o guichê estava fechado, se estiver fechado tem que ir direto para o ponto do ônibus (fácil de achar, em frente a saída principal do aeroporto, uns toldos amarelos), fica um cara vendendo os tickets, custa 6 euros, mas se comprar ida e volta sai por 8 euros, não precisa marcar a volta, é só aparecer no dia com o ticket na estação Termini onde o ônibus pára.

Cheguei na estação Termini e sabia que meu hostel ficava por ali, como chovia bastante, minha mochila estava toda molhada, achei melhor pegar um táxi, maior roubada, o hostel fica MUITO próximo a estação e o cara deu uma super volta no quarteirão, me cobrou 6 euros e quando desci do carro, vi o ônibus parado no inicio da rua, era só seguir reto 2 quadras.

Fiquei no Hostel Alessandro Palace e foi bom, a facilidade de estar próximo a estação Termini foi o que me fez escolher, é muito fácil sair de lá para qualquer lugar de Roma e da Itália, lá ficam 2 linhas de metrô e é uma estação de trem.

Fiquei num quarto para 6 pessoas misto com banheiro, foi tudo tranquilo, tem um bar no andar de baixo, dia de domingo tem pizzas free (vale a intenção, mas não são boas rs), e na esquina tem uma pizzaria sensacional, a Secolo, é barata e tem cada pizza, huumm... engordei 2 kg!

E pela região da estação tem inúmeras opções de restaurante, tem um que dá 10% de desconto para quem está no hostel, só pedir o cartãozinho na recepção.

Os restaurantes indianos são sempre boas opções para quem esta com pouca grana, vi muitos em todas as cidades que passei, e eu acho a comida gostosa! 

Ah, essa área é meio confusa, mas achei Roma toda confusa rs, tem ambulantes, muito movimento, etc...

No dia seguinte acordei e fui para o Vaticano, é bem fácil chegar, pega o metrô na estação Termini e desce na estação St Pietro, segue reto a via principal e logo vai ver as muralhas e o fluxo de turistas.

Lembre que dia de domingo a visita interna aos museus, inclusive Capela Sistina, é fechado! 

Eu tinha lido em todo canto que os monumentos em Roma são sempre cheios, as filas são grandes e tal, e sem querer perder tempo e paciência em fila, fui muito esperta comprar os tickets “vips” que permitem a entrada sem fila (comprei no balcão de informações turísticas dentro da Termini), obviamente são mais caros, o ticket para os Museus do Vaticano custam 15 euros, com esse plus saiu por 23,40.

Aproveitei e comprei logo o Roma Pass que dá direito a 2 entradas em museus sem filas e 72h de uso no metrô e ônibus, custa 25 euros, o detalhe é que não haviam filas em nenhum lugar, paguei a mais para nada!

Acho que em alta estação vale a pena, mas quem for no inverno é desnecessário, o metrô custa 1 euro e o passe para o dia todo custa 4 euros, a entrada no Coliseu custa 12 euros e o mesmo ticket vale para o Foro Romano e Palatino que ficam em frente, os demais museus são baratos, na faixa de 4/8 euros, eu acabei o passe só usando para o Coliseu mesmo.

O dia que fui ao Vaticano fez um dia lindo, cheguei cedo e caminhei até a praça principal, aquela que passa na tv quando o papa aparece rs, é enorme e linda, meu ticket tinha hora marcada às 15h, então fui almoçar por ali e depois voltei para fazer a visita aos museus.

A entrada é do lado oposto a essa praça, logo no inicio da muralha que vemos ao sair do metrô, o curioso é que como o Vaticano é um Estado para entrar você passa por raio x, guardinhas, etc.

A parte de dentro merece ser visitada, é incrível,  tem uma coleção de obras maravilhosas, queria mesmo era ver a Capela Sistina e tudo foi uma bela surpresa, andei umas 3h lá dentro.
A Capela está no final do percurso, lá dentro não pode tirar fotos, ficam vários seguranças espalhados, e o que dizer da famosa obra de Michelangelo? Eu cheguei cansadíssima, entrei por uma portinha e de repente woww! 
Não entendo bulhufas de arte, mas ainda assim é impossível não se sentir tocado estando frente a uma obra dessa, sentei e fiquei um bom tempo admirando.

Na saída já anoitecendo, entrei na Basílica de São Pedro, você pode subir uns 500 degraus e chegar ate a cúpula,  tem uma bela vista da cidade, mas depois de 3h caminhando no Vaticano não tive disposição para isso.

No outro dia visitei o Coliseu, Foro Romano e Palatino: adorei! Fiquei fascinada quando entrei, de novo essa sensação de estar vivendo a historia, é indescritível... 

Ah, nessa viagem quebrei – em partes – meu preconceito com aqueles ônibus turísticos,  sempre me pareceu tosco aquele povo do alto fotografando, eu gosto de interagir, me misturar, andar, mas estava uma chuvinha chata e eu achei que seria mais confortável ir nesse bus, já que tinha muitas paradas que eu queria ir e ele passava.

Peguei o “Rome ... “ (esqueci!), é o bus verde, 1 dia custava 19 euros, 2 dias 25. 
Comprei o passe de 2 dias e no primeiro dia rodei a cidade toda para decidir o que fazer, depois fui parando onde queria conhecer, não achei a experiência tão ruim, o ponto positivo é que você fica o tempo que quiser, passa ônibus a cada 20 minutos, mas não repeti em nenhuma outra cidade.

Fotos Dublin


Rio Liffey




Um dia de neve!



Um dia de sol! Phoenix Park.



Músicos da Grafton Street.



Fábrica da Guinness.



Foto tremida, mas vale O momento "sirva sua guinness"!



A vista do sétimo andar.

Dublin

Mais uma viagem de trem! Agora na Itália, de Roma a Firenze.

Falarei de Dublin! Cheguei na cidade numa sexta a noite, peguei um táxi para a casa de um amigo onde ficaria as 3 semanas, para complicar um pouco o taxista não sabia o endereço e meu inglês limitado dificultava a conversa. 

Minha primeira impressão não foi das melhores, um frioooo que me deixava sem ânimo! 

Cheguei em Dublin junto com a nevasca, foi lindo no dia seguinte ver tudo branquinho, ver a neve caindo, são floquinhos de verdade, todo mundo virou criança e foram 2 dias de guerra de neve, bonecos de neve e afins, mas no terceiro dia em diante, a neve começou a encher o saco.

A cidade parou, o aeroporto fechou, as ruas cheias de neve se tornavam perigosas para idosos principalmente, acho que poucas pessoas não caíram, eu cai uma vez e não foi engraçado! :P

Comecei o curso na segunda-feira, gostei muito da U-learn, achei eles comprometidos, acessíveis, minha professora era uma querida, recomendo, se voltasse a Dublin para estudar, certeza estudaria lá.

Passada a primeira semana, um pouco mais habituada ao frio, comecei a gostar da cidade, é uma cidade pequena, dependendo de onde você mora, dá para fazer tudo a pé, achei as pessoas simpáticas, e sim, tem muito brasileiro e imigrantes em geral (muito coreano, espanhol e indiano), mas dá para aprender inglês, é preciso focar nesse objetivo.

Dublin não é uma cidade barata, a passagem do Luas que é tipo um bonde moderno custa 1,80 euros! O trecho é curto e não atende toda a cidade, ônibus não usei e tem outro trem, conhecido como Dart, que tampouco são baratos. 

Outra coisa que custa caro lá é a bebida, uma pint (copo de 500ml) custa entre 5 e 6 euros em qualquer pub. 
Bebida alcoólica só é vendida em mercados/lojas de conveniência até às 22h, não pode beber nas ruas e os pubs fecham as 2h da manhã, deu esse horário eles expulsam mesmo as pessoas da festa, você está lá animadão dançando e de repente o som pára, eu sempre pensava que tinha pifado, sei lá, depois caia a ficha que a festa tinha terminado! 

E sabe a história que irlandês é chegado numa bebida? Pois, tem uma certa verdade! As pessoas bebem bastante.

Me chamava a atenção um frio de meu deus, eu sempre com meia 120 fios, calça térmica  jeans, botas, camisa, casaco, casacão, cachecol e luvas - ufa! - e as meninas irlandesas com um ínfimo micro vestido que deixaria Valeska Popozuda com inveja. 

É possível encontrar roupas muito baratas em lojas de departamento, a loja Pennys é um clássico, tem muita roupa de qualidade duvidosa que depois da primeira lavagem já não serve, mas se fuçar bem dá para encontrar coisas legais - eu encontrei!

Tem também a H&M e Forever 21(amo)! Comprei bastante coisa e agora sofro carregando a mochila.

Virei freguesa do mercado Tesco, pense numa rede que fabrica de absorvente a macarrão, é o mercado mais barato de Dublin, quase não comi em restaurantes, como estava num apartamento, cozinhava. 
Já me sentia morando lá, não estava mais mochilando, tinha quarto, guarda-roupa, quase uma rotina...

Sobre alugar apartamento, ou melhor, uma vaga em um apartamento, caso você não seja milionário para viver sozinho numa casa em Dublin, há sempre muita opção no site Daft.ie ou nas comunidades do orkut – sim, nas comunidades do orkut, dividindo apartamento com outros tantos brazucas como você.

Eu sinceramente acho péssima a ideia que muita gente tem de fazer intercambio e não se “misturar” com brasileiros para aprender inglês mais “rápido”, eu conheci brasileiros fantásticos em Dublin que seguramente fizeram essa experiência de morar fora muito mais legal, que me ajudaram muito com informações e dicas para viver na cidade, acho importantíssimo a pessoa ter bom senso e saber dosar as coisas, porque acho péssimo também quem sai do Brasil e continua levando a mesma vida que levava aqui, sem absorver, aproveitar e se permitir viver/conhecer outra cultura.

Voltando ao tema do apartamento, quase sempre é pedido o valor do aluguel mais depósito no mesmo valor, recuperável no final do contrato quando outra pessoa entra no seu lugar, os valores variam, mas vi boas ofertas entre 220 e 330 euros.

Não fiquei as 3 semanas na casa de meu amigo, lá pagava menos, mas estava dormindo na sala, depois de uma semana não estava mais me sentindo confortável e resolvi mudar, dei muita sorte e o apartamento que encontrei era uma graça, limpo, organizado e os flatmates não poderiam ser melhores! 

P.S: encontrei no orkut e eram todos 3 brasileiros!

Você visita os principais pontos turísticos de Dublin em poucos dias. Gostei muito do Phoenix Park que é um parque bem grande, deve ser bacana no verão, no inverno estava lindo também o lago congelado, e fui num raro dia de sol, alias passei uma semana vendo o céu cinza, quando acordei e vi o céu azul tive um siricotico rs!

Perto do Phoenix Park tem a fábrica da Guinness, a visita custou 9 ou 11 euros, o interessante da visita é a vista no sétimo andar, dá pra ver a cidade inteira e no quarto andar você "aprende" a servir a Guinness, tem todo um processo, inclinação de não sei quanto, tempo para não sei o que, é legalzinho.

Você ganha um vale pint, se deixar para beber lá em cima, as pessoas te servem, achei melhor "brincar" de servir minha própria Guinness!

E sobre a cerveja, bem, ela não é das melhores para o meu paladar, mas é a mais tradicional da Irlanda, tem que provar! Me contaram uma história que a pessoa passa a gostar a partir da terceira pint, no meu caso não funcionou, mas consegui beber toda a pint na terceira vez.

A Grafton Street é bem interessante, quem já assistiu o filme "Once" vai identificar os personagens facilmente ali, antes de chegar na Grafton vale uma parada na Trinity, a biblioteca serviu de cenário para o filme Harry Potter, é uma universidade bem tradicional e conceituada na Europa, e no final da Grafton tem o Stephens Green, outro parque lindo também.

Eu acho que a visita a Irlanda só está completa com uma ida aos cliffs, aqueles penhascos lindos, a imagem do país verde, mas deixei para fazer isso na última semana e infelizmente não consegui, a excursão saia às 6:30 e eu nunca acordava cedo o bastante, quando consegui não tinha gente suficiente, só sai com mais de 5 pessoas. Deixei meu nome na lista e fiquei esperando me ligarem confirmando, mas não rolou.

Valeu muito a pena esse tempo em Dublin, conheci pessoas maravilhosas, aprendi muito, ainda não sei se cumpri o objetivo de me animar a voltar estudar inglês quando voltar, pelo menos senti como é difícil não dominar esse idioma e vivi a necessidade de sabê-lo. 

Agora sigo o mochilão, nesse momento que escrevo ainda falta mais 1 mês de viagem e já aconteceu tanta coisa!

P.S: blog sobre a Irlanda que eu acho muito útil para quem pensa em se aventurar por essas bandas www.vidanairlanda.com

Cheers! ;)